Diretor presidente do Grupo Parque, com sede em Alagoas, Maceió, o novo presidente da ACEMBRA e do SINCEP estreou no mercado mais de duas décadas atrás, em janeiro do ano 2000, quando assumiu a gestão do grupo criado pelo sogro, Mário Fortes, e seu sócio, Geraldo Sampaio, em 1973 – até então com um cemitério que só vendia jazigos, “à vista e em dinheiro”. De lá para cá, viu o faturamento crescer 100 vezes e somar 460 funcionários em sete empresas, passando para quatro cemitérios (outros dois estão a caminho, em Maceió e São Miguel dos Campos). Adepto de processos e certificações, Cláudio antecipa que seu mandato será pautado pela ênfase em práticas de gestão, com o objetivo de profissionalizar ao máximo o setor. “Processo sem validação vira livro engavetado”, diz ele. A seguir, Cláudio fala sobre as suas expectativas e bandeiras para o mandato que se inicia – pela primeira vez, com um representante do Nordeste na liderança das entidades.
Acabamos de sair de um mandato que foi muito pautado pela inovação. Qual vai ser a bandeira desta nova fase?
Gestão e profissionalização do setor, com ênfase nas melhores práticas. Eu entendo que todo associado deveria ter LGPD, deveria investir num modelo de negócios sólido, com certificações, deveria se atualizar, estar de olho em novidades, em práticas de ESG, de sustentabilidade. Tudo isso vai valorizá-lo. Se eu for comprar um cemitério mal gerido, eu vou pagar 100. Mas se eu for comprar um cemitério bem gerido eu vou pagar 150, 200! Isso é inevitável. Além disso, eu gostaria de conseguir ocupar uma lacuna enorme que existe no nosso setor no que diz respeito a gestão e dados. Não existe uma troca de experiências, os executivos de maneira geral não conversam sobre números – algo que é muito comum nas empresas familiares – e isso é prejudicial para todos e também para o setor. Por que essas ideias não são trocadas, para alavancar os outros? A interação é fundamental para o nosso desenvolvimento como gestores e empresários. Então o que eu queria oferecer é gestão e dados, aproveitando toda esta bagagem de tecnologia e inovação que a ex-presidente Gisela Adissi deixou como legado.
Quando falamos em melhores práticas de gestão estamos falando também em certificações?
Sem dúvida! Na minha empresa, por exemplo, eu tenho certificação de ISO. Mas eu entendo que nem todos os cemitérios do país têm condições de tentar uma ISO, pela complexidade e pela utilização de mão de obra e tempo. Nesse cenário, é fantástico termos o Prêmio de Qualidade e Excelência ACEMBRA SINCEP, lançado na última gestão, no ano passado – ele é simples, objetivo, completo e é um reconhecimento e uma validação. Processo sem certificação vira gaveta!
Na prática, como veremos as suas bandeiras ao longo do mandato?
Todos os nossos pilares devem refletir o nosso foco em melhores práticas de gestão. Sejam os nossos eventos, sejam os cursos do LAB, sejam as campanhas mensais ou as nossas trocas no dia a dia.
O que podemos esperar para o Fórum, o primeiro evento do ano, que está sendo lançado agora?
O Fórum, bem como todas as nossas ações, deve beber na mesma fonte: deixar o setor mais profissionalizado. Durante o evento, que será em São Paulo, abordaremos como temáticas principais a gestão da qualidade através da jornada de experiência do cliente, a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), as melhores soluções para vendas digitais.
Pela primeira vez na história da ACEMBRA e do SINCEP temos um presidente do Nordeste. Qual a importância disso no contexto de nacionalização das entidades e, consequentemente, do setor?
A crescente participação do Nordeste mostra que nós somos empresários que também estamos no contexto nacional. Se eu não tivesse uma empresa boa de gestão, eu não seria sequer convidado. Ninguém que não tenha um bom exemplo vai gerir um sindicato. Então este posto é um reconhecimento enorme. O Nordeste é hoje muito bem representado. É hora de dar visão para este cenário e mostrar que o Brasil não é apenas Sul e Sudeste. Que isso sirva inclusive de incentivo para o pessoal do Centro-Oeste, do Norte, do Brasil todo! Há um preconceito por aí que diz que o SINCEP é só para cemitérios grandes, e não é nada disso: o SINCEP é para todos! Mostrar isso é o mais importante da minha eleição como nordestino e alagoano!